Pateta no trânsito 1950
Esse clássico desenho animado da Disney conta a história de um pacato, honesto, bem-feitor, benevolente cidadão (Mr Walker) que se transforma no explosivo, vingativo, mal-educado, agressivo e descontrolado motorista (Mr Wheeler).
Um Jekyll & Hyde (o Médico e o Monstro) cartoonesco.
Mostrando que bem e mal, certo e errado, liberdade e responsabilidade, pecado e perdão, silêncio e fúria andam lado a lado. São faces da mesma moeda. Que por vezes é viciada. Por vezes adoenta. Por vezes é ignorante. Por vezes egóica. Por vezes insegura.
Por vezes não são faces, mas máscara.
Vitimismo e trauma. Dor e ganho. Derrota e aprendizagem.
Persistência e vitória.
Desistência e inércia.
Possibilidades.
Momentos.
História é feita disto.
Lembranças reconstruídas. Reinventadas. Ressignificadas.
Escolher um personagem e vestir-se dele por tempo indeterminado, é escolha também!
Não penitência.
Esperar humildade, empatia e compreensão alheia é dar foice ao carrasco.
Ou somos humanos o suficiente para errarmos e superarmos. Nos adaptarmos e continuarmos. Ou nos isolamos.
Não tem vilão.
Não tem monstro.
Não tem carrasco.
Nem vítimas.
Tem gente tentando acertar e gente que tá se fudendo pra isso.
Se a fantasia escolhida for tratada como marca de ferro em brasa, doerá por manter a chama acesa.
Superação. Cada um é responsável pela sua.
Nunca tive monstros.
Mas por várias vezes já virei um.
Adaptei, tento todo dia mudar.
Não carrego culpa. Só falhas.
Só o desejo de errar menos no futuro.
Que cada um siga o seu melhor caminho.
E que as nossas encruzilhadas nos sejam serenas.
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