Carta ao Yuri (Junho de 2022).
Carta para meu pequeno, que perdeu uma âncora muito cedo, ainda com seis anos: Quando o seu tio Lucas nasceu eu tinha cinco anos. Fiz seis um mês depois. Idade que você tem agora. Seu vô Ioiô tinha 41 anos, três a menos do que eu tenho agora, em Junho de 2022. Ele era mais magro e tinha o cabelo e a barba pretos, iguais a que eu tenho hoje. Eu tinha medo. Eu tinha naquela época dois irmãos mais novos pra ajudar a cuidar. A proteger e ensinar. Hoje, você é como eu era. Pequenino. Só que vc é mais magrinho, esperto e engraçado do que eu era. Mas eu não tinha perdido ninguém que eu amava. Você, infelizmente, perdeu. E eu não posso mudar isso. Não posso roubar esse medo de dentro de você. Não posso roubar essa saudade de dentro de você. Não posso roubar esta dor de dentro de você. Eu queria ter esse poder. De te fazer feliz, sem essa dor, essa saudade, esse medo. Mas não posso. Ninguém pode. Só o tempo poderá. Mas explicar o tempo pra quem é pequenino é difícil. Porque precisa ter vivido m...
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