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Mostrando postagens de 2021

Última noite (carta para os que vivem), para quando eu morrer

  E se fosse o último… Se realmente acabasse hoje. Não sou de escrever assim. Pensando em fim. Vivo mundano. Na ilusão de controle. Escrevo mundano, ébrio e noite. Mas a questão é outra. É se o fim fosse hoje. Independe de como. O ponto é ser final. Os que ficam é que me importam. Pois quem foi, no caso eu, não importo. Não pra quem não mais é. Mas pra quem ainda esperava algo de mim, meu fim é algo. E isto pode ser objeto de preocupação. Mesmo que fosse meu último dia. Ainda seria essa minha provável última ideia. E eles ainda teriam muitos pensamentos. Sentimentos. Quanto mais próximos os membros dos círculos de relacionamentos, de intimidade e de confiança, maiores seriam as dores. Não por ser especial. Mas porque é sempre assim. Coisa de gente. Nojentamente nos tornamos responsáveis por aqueles que cativamos, não é? Então faltar, nos prova que nada controlamos. E isso desespera. Literalmente tira a esperança. O senso de controle. Só nos resta o de pertencimento. De que fo...

SORTE

A o menos nos últimos 14 bilhões de anos venho dado sorte.  São muitos acasos astrofísicos, infinitos. Para chegar no que esse grupo vem chamando de Era Comum. E em 2020, já me identifico há mais de 40 ciclos solares. Digo do planetinha onde minha identidade habita e orbita este dito sol. É muita sorte.  Afora a improvável possibilidade gênica de, eu só ser eu, porque um específico espermatozoide, de curto tempo de individualismo, encontrou um específico óvulo. O resto continua sendo sorte, evolução biológica. Além de ter vindo num espaço geográfico privilegiado socialmente e ecologicamente. Num tempo que me permitiu desenvolver habilidades múltiplas e conhecer tecnologias como esta que uso. No caso a linguagem.  Então, se minha consciência vive 100 mil anos ou mil anos, será que faz diferença? E olha que mal vivemos cem ciclos. Nada dura muito na memória. Seletamos. E recriamos realidades. Tempo é espaço. O resto é ilusão de construtos mentais. E, com quarenta ciclos, es...

Três lições (mais um brinde) de bom senso e boa educação para um mundo melhor.

Lição número um: não ir aonde você não foi convidado. se deseja ir, pergunte primeiro se pode ir, quando pode ir e como deve ir.   Lição número dois: não é possível dialogar ou pedir calma pra quem está em desespero ou em fúria. apenas afaste-se dessa pessoa ou afaste essa pessoa dos seus. Lição número três:  tente sempre não ser um babaca. mas aprenda a reconhecer quem é e se afaste definitivamente destes. Brinde: se você está no meu ambiente, seja discreto. não queira me dizer como eu devo agir. respeite minha propriedade e meus sentidos. Gratidão!

A cachaça me fez rabiscar:

Soube hoje, amanhã é dia dos pais. Elas querem mais esse dia do que eu. É mãe querendo almoço solene, Esposa querendo saber o que eu quero, Sogra sem saber o que querer, Filha que insiste em crescer, Pessoinha pirulito parceirinho. Lembrei que prefiro caipirinha. Lembrei de piscina, de domingo comum. De irmãos. Sem pai não tem. Lembrei que tem muitos sem. Que pra vários, já faltam. Que de todos, só meus filhos  Eu e meus irmão, ainda temos. Eu tenho e sou. Hoje me vi. Vivi que sou. Sem dia solene. Sem saber querer, além de ser. Sem querer dia pra mim. Pai é dança, é temperança. Paciência com mãe que manda. Falha e persistência. Ida e volta. Diária. Voz grossa. Barba. Braços. Esperança de imortalidade. Dignidade e experiências. Não tem dia, temos ombros. Filhos que montam. Que confiam. Soube que era um dia de domingo. Dos pais. Início de semana.  Meio de ano. Meio ébrio. Meio responsabilidade. Meio solenidade. Meio continuidade. Perene paridade. Parto repartido. Porto. Partida....

Palestrante Internacional

 Convidado para ser O palestrante de um Simpósio Internacional, num dos melhores Resorts do país. Orgulho e tensão. Primeiro desde Pandemia Declarada pela ONU. 

Finalmente Vacinado

 Recebi hoje, no hospital do SUS onde atendo, no CTI, há quase vinte anos, minha segunda dose da Corovac. Espero ser realmente imunizado.

Morar em NY?

Morar em NY não quero.  Só quero ter dólares bastantes para passar uns 15 dias por ano no outono/inverno de lá. Com toda pompa e glamour. Que só eu e a Ivete Sangalo merecemos. Se pudesse mesmo escolher, e tivesse dinheiro infinito, não moraria em lugar nenhum. Passaria a vida viajando, de hotel de luxo em hotel de luxo, mundo a fora, sem máscara ou pandemia. Conhecendo os museus e bares mais tops do planeta. Só voltaria pro sudeste brasileiro um mês por ano. E pagaria alguém para fazer o backup e edição de fotos e vídeos. Ouvindo podcasts e assistindo filmes trash. Minha malhação seriam minhas andanças. Quando cansar, eu paro e volto pro SUS.